Dormir no alto da montanha tem dessas coisas: não tem como evitar o sol na sua cara logo de manhã! Mas foi bom, o dia ia ser longo mesmo, então saímos logo de manhã.
Tomamos café-da-manhã em Bar-le-Sac. A cidade não é das mais atraentes, porém é cheia de história.
Foi aqui que desembarcaram milhares de soldados franceses, para defender a fronteira ao leste, que estava sendo atacada pelos alemães na primeira guerra mundial.
Dali, começa a ‘Sacrée Vie’, a Via Sacra, o caminho que estes soldados fizeram até chegar à Verdun e arredores.
Seguimos por este caminho, até chegar no for te de Verdun.
Este forte havia sido construído no século 17. Com a apoderação das regiões de Loraine e Alsace pelos alemães, ele foi bastante fortificado ao longo dos anos e tido como um dos pontos estratégicos, já que fazia fronteira com o território inimigo. Com o início da Primeira Guerra Mundial, França e Alemanha estavam em constante conflito, sem sinais de abatimento de quaisquer um dos lados.
Assim, a Alemanha decidiu investir em atacar Verdun, por saber que a França concentraria suas forças em defendê-lo.
A investida não tinha por finalidade a conquista de um território, mas sim, eliminar o maior número de franceses possível.
Verdun nunca foi conquistada, mas este foi um período dos mais sangrentos da história mundial. Cerca de 400.000 homens de cada lado morreram e o nome da cidade virou sinônimo de chacina e violência.
Hoje é possível visitar o forte e as regiões vizinhas, passando por trincheiras e por antigos campos de batalha, que ainda hoje carregam as cicatrizes dos bombardeamentos, com inúmeras crateras.
Também foi legal visitar a ‘Citadelle Souterraine’, o forte propriamente dito. Por entre seus 12 Km de galerias subterrâneas (parte do tour é feito através de carros motorizados), você vai passando por uma exibição multimídia que remonta este período, desde como era viver dentro destas galerias subterrâneas (cerca de 10.000 homens pereceram ali, à espera de serem enviados aos campos de batalha), até uma simulação de como era estar na linha de ataque, o que não parece muito divertido.
Saímos de Verdun impressionados com os horrores do que foi a Primeira Guerra, um evento talvez até mais tenebroso que a segunda, porém muito menos comentado e decidimos animar nossos ânimos com champagne.
Então fomos direto à fonte, seguimos até Epernay, casa dos maiores fabricantes de champagne da França.
Chegamos, demos um rolê pela praça, tava rolando um fetival de artes e uma banda de funk-jazz animava os locais. Doido, pq embora eles cantassem em francês, eles estavam vestindo ‘kilts’, a sainha escocesa. Estava morta de cansada, então fomos procurar o camping.